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quarta-feira, 3 de julho de 2013

A INVASÃO CULTURAL NORTE-AMERICANA


          Discutir sobre a ideia de “invasão”, em particular no nosso país, remete-nos ao período da colonização portuguesa, invasão, esta, que se comparada à norte-americana, principalmente na atualidade, ocorreu de forma violenta, ao contrário desta última, que se infiltrou de forma suave, alienando a população, chegando a gerar até confusão em suas identidades culturais, tornando-os escravos de uma cultura marginalizada ou mesmo inconscientes de suas capacidades de participação ativa na transformação da realidade.
            Considerando a forte influência exercida pela cultura americana na realidade brasileira, esta, nos hábitos e costumes, principalmente das gerações mais novas, ficam para reflexão as seguintes indagações: Será que perderemos definitivamente nossa identidade cultural? Será que daqui pra frente em função da adesão a uma cultura diferente da nossa realidade iremos transformar nossos valores, hábitos e costumes?     
            É importante destacar que nosso país, economicamente, desde o início da industrialização, vem se mantendo a partir do capital estrangeiro, em particular o americano, sendo o Brasil o fornecedor da matéria-prima e importador de tecnologias, estas, em sua grande maioria, já ultrapassadas para o contexto dos Estados Unidos, ou seja, sem quaisquer serventias para o mesmo.
            Analisando por esta perspectiva, pensemos nos versos de Maurício Tapajós e Aldir Blanc[1], que dizem: “O Brazil não merece o Brasil/O Brazil tá matando o Brasil”, versos que nos levam a refletir o quanto a cultura norte-americana tem influenciado, em grande parte negativamente, o processo cultural brasileiro, tomemos como exemplos o cotidiano uso de palavras estrangeiras e o obrigatório uso da língua inglesa nas escolas, caminho para a perda de identidade, tendo em vista a desvalorização da língua pátria, o consumo de produtos importados, desvalorizando a produção local, entre outros.
            Sabemos que a história do Brasil inicia-se com uma invasão, impondo sua cultura de forma violenta, mas também vale pensar que a invasão norte-americana em nosso país já acontece desde muito tempo, por exemplo, no período da ditadura militar, onde a televisão foi transformada em meio para anestesiar a população, divulgando programas e/ou anúncios publicitários desta cultura tão distante da nossa realidade.
            Atualmente, o Brasil, em função da imposição dessa invasão tão ascendente da cultura norte-americana, introduzida de forma tão sutil, mas consistente em seus hábitos e costumes, vem percebendo por parte da população uma falta de consciência, tendo em vista que muitos se esquecem até de questões tão importantes vividas no mesmo, como: a seca, a fome, a corrupção, a educação, a saúde, entre outras, servindo as tais influências de anestésico, direcionando, assim, a atenção da população para questões fúteis, permanecendo esta, escrava de culturas fora do seu contexto.
            Tendo em vista que estamos vivendo num contexto de Globalização, vale pensar que sendo o ser humano considerado social, o qual ao longo dos tempos transformou e vem transformando os espaços e as situações, tais influências culturais não apresentaram apenas pontos negativos, também contribuíram, positivamente, para o desenvolvimento do nosso país, principalmente quando a questão envolve tecnologia.
            Outro ponto que podemos destacar que a americanização possibilitou foi a redução das distâncias, facilitando, assim, maior contato entre os povos, oportunizando por consequência, maior interação e/ou compartilhamento de culturas.
            De forma geral, podemos considerar que enquanto seres sociais que necessitam constantemente da prática da interação para com outros indivíduos, independente de nacionalidade, etnia, religião e/ou outras questões que muitas vezes distancia-os, vale frisar que culturalmente podemos nos fazer receptores de outras culturas, desde que auxiliem na construção de uma realidade que alinhe os povos socialmente, porém é importante perceber que devemos evitar os excessos das influências das invasões culturais, em particular da norte-americana, nosso foco de discussão, que se dá de forma tão forte, por se tratar de uma nação que detém o poder economicamente, impondo-se, assim, culturalmente também.
            Sabendo que a cultura de um povo representa sua identidade, ao aderirmos às influências de culturas estrangeiras, em excesso, corremos o risco de oportunizar interferências que por muitas vezes causam impactos graves e/ou irreversíveis, como a perda dessa identidade, levando os indivíduos a distanciarem-se tanto da mesma, a ponto de não se reconhecerem mais como participantes de tal construção. 

(Marcos Santos de Souza)



[1] Ver Querelas do Brasil, de Maurício Tapajós e Aldir Blanc.

A PEDAGOGIA TRADICIONAL ONTEM E HOJE


           Discutir sobre educação no contexto atual é uma tarefa bastante complicada, principalmente quando levamos em consideração todas as mudanças estruturais sofridas pela mesma ao longo dos anos.
            Sabemos que esta é importante e necessária para a formação da cidadania, e que através desta o indivíduo pode se libertar, percebendo-se, assim, como ser histórico e social, com capacidade para participar ativamente da construção de uma sociedade mais justa e mais consciente.
            Assim pensando, vale destacar o importante papel social exercido pela escola nesse processo, tendo em vista que a esta compete ao menos no contexto atual, a valorização e a sistematização dos conhecimentos oriundos dos diversos contextos dos estudantes.
            Sabendo da função social da escola na formação da cidadania, pensemos sobre o papel da Pedagogia Tradicional Ontem e Hoje, corrente pedagógica tão forte e importante no processo de ensino, que marcou épocas, e que nos dias de hoje ainda permanece com muitas marcas, refletindo em torno desta, destacaremos pontos dentro das concepções atuais considerados negativos quando comparamos esta com a realidade educacional atual.
            É fato que a pedagogia tradicional surgiu no início do século XIX, em um contexto histórico diferente dos dias atuais, assim seus direcionamentos se restringiam à escola como um ambiente onde o conhecimento estava confinado e ao professor como o dono do saber, ao qual era imposta a obrigação de repassar os conhecimentos, sem a preocupação de perceber o estudante em suas capacidades cognitivas.
            Na pedagogia tradicional o ensino era pautado em verdades impostas socialmente, com acúmulos de conteúdos, os quais por meio de rígida disciplina, esta oriunda de forte pressão pelo professor, o grande ditador, deveriam ser decorados pelos estudantes, uma postura mecânica, cabendo aos mesmos a função de desenvolver por si próprio suas capacidades sociais, políticas e humanas, hoje consideradas competências, de forma que havia uma segregação, existindo por parte da escola os estudantes com e sem capacidades, sendo esses últimos, direcionados à realização de curso que lhes proporcionassem formação estritamente profissionalizante.
            Por ser essa corrente pedagógica a pioneira em aplicação prática, no processo de ensino, apresentava paradigmas bastante brutos, não considerando os contextos nos quais se encontravam inseridos os estudantes, a ideia, com diria Paulo Freire, era apenas de depositar conhecimentos, postura vista por muitos autores contemporâneos sem significado prático para a vida destes.
Sendo o professor o centro da sabedoria, dentro da pedagogia tradicional, cabia ao mesmo sem quaisquer atitudes de dinamismo dar todos os encaminhamentos das aulas, direcionando os estudantes ao fim por este desejado, de forma que não se reconhecia que a aprendizagem não ocorre homogeneamente pelas pessoas, assim no processo todos eram considerados iguais.

Ao longo dos tempos, mediante todos os avanços tecnológicos, o acesso às informações tornou-se mais acessível, de forma que a escola, instituição destinada à garantia da educação, em seu caráter transformador vem tentando de adaptar às mudanças, porém com uma postura mais pacífica, onde a relação professor x estudante x conhecimento ocorra interativamente, com significados práticos.


(Marcos Santos de Souza)

sábado, 22 de junho de 2013

COM MÚSICA TAMBÉM SE EDUCA


"AQUARELA DO BRASIL", COMPOSIÇÃO DE ARY BARROSO, DE 1939, GRAVADA POR GRANDES NOMES DA MPB, TAIS COMO CARMEM MIRANDA, GAL COSTA, ELIS REGINA, BABY CONSUELO E OUTROS. ESSA CANÇÃO É CONSIDERADA COMO A MÚSICA QUE RETRATA O BRASIL. AQUI FICA O SUBLIME REGISTRO FEITO POR GAL COSTA, EM 1980, EM SEU ÁLBUM INTITULADO "AQUARELA DO BRASIL", LANÇADO PELA POLYGRAM.


Aquarela do Brasil

Gal Costa

Brasil!
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Pra mim! Pra mim, pra mim
Ah! abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil! Pra mim!
Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver a sá dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil! Pra mim, pra mim, pra mim!
Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto
O Brasil, samba que dá
bamboleio que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Pra mim, pra mim, pra mim
Oh esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil! Pra mim
Ah! ouve estas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah! esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil! Pra mim, pra mim! Brasil!
Brasil! Pra mim, pra mim! Brasil!, Brasil!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

MULATO BRASILEIRO



Nasci mulato
Brasileiro nato
sou cheio de bossa
E não há quem comigo possa.

Sou doce e brejeiro
Gosto do mar
Também sou um guerreiro
E nasci para cantar.

Acredito no amor
E desprezo a guerra
Mas não creio que a esperança
Seja a última que encerra.

Nasci livre pra vida
Mas preciso sofrer
Aprendi que nada se conquista
Sem lutar, sem correr.

Meu país, que tristeza!
O teu verde, quem viu?
O teu ouro, onde está?
O gato comeu!
Sumiu!

Nasci mulato
E do Brasil sou nato
Amo a minha terra
Mas por ela não pago a pato.

Quero viver com razão
Quero conquistar vitórias
Não quero  morrer por uma nação
Que não respeita sua história.

Quero contribuir,
Quero participar,
Quero poder sorrir,
Quero me orgulhar.

Nasci mulato,
Brasileiro nato
De fato.


Autoria: Marcos Santos de Souza – 18/05/2011.

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