ARTIGOS EM DESTAQUE

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

MULATO BRASILEIRO



Nasci mulato
Brasileiro nato
sou cheio de bossa
E não há quem comigo possa.

Sou doce e brejeiro
Gosto do mar
Também sou um guerreiro
E nasci para cantar.

Acredito no amor
E desprezo a guerra
Mas não creio que a esperança
Seja a última que encerra.

Nasci livre pra vida
Mas preciso sofrer
Aprendi que nada se conquista
Sem lutar, sem correr.

Meu país, que tristeza!
O teu verde, quem viu?
O teu ouro, onde está?
O gato comeu!
Sumiu!

Nasci mulato
E do Brasil sou nato
Amo a minha terra
Mas por ela não pago a pato.

Quero viver com razão
Quero conquistar vitórias
Não quero  morrer por uma nação
Que não respeita sua história.

Quero contribuir,
Quero participar,
Quero poder sorrir,
Quero me orgulhar.

Nasci mulato,
Brasileiro nato
De fato.


Autoria: Marcos Santos de Souza – 18/05/2011.

NOS HORIZONTES DO MUNDO


  
Nos horizontes do mundo,
Plantei...
Plantei sementes de vida
Reguei folhas de angústias
Cortei raízes de intriga.

Nos horizontes do mundo,
Espalhei amor
Desfiz laços de inveja
Apaguei sombras de rancor
Enxuguei lágrimas de saudade.

Nos horizontes do mundo,
Brinquei...
Brinquei de viver
E vivi com a imensidão e o resplendor da alma.

Nos horizontes do mundo,
Amei...
Amei com tanta profundidade
que até os olhos do coração
ficaram ofuscados pelo brilho do sentimento.

Nos horizontes do mundo,
Venci batalhas,
Dei esperanças,
Construí amizades.

Nos horizontes do mundo fui feliz
Feliz como a felicidade
E descobri que vale a pena viver
Mas viver acreditando no amor e amando.


Autoria: Marcos Santos de Souza – Outubro/2012.

EXALTAÇÃO À MÚSICA BRASILEIRA



Ah, música brasileira
O que fizeram contigo?
Onde estão tuas raízes,
a melodia, a poesia e os poetas
que em ti manifestam as emoções?

Música, oh música do Brasil
Onde estão os teus acordes
ricos  em dissonâncias,
sustenidos e bemóis?

Cadê, Brasil, onde está a tua música?
Que saudade do choro e do samba de raiz
Da polca, do maxixe
e do baião do Rei Luiz.

Brasil, tu que és tão cultural,
O que te fizeram do universo musical?

Brasil,onde estão tuas mulheres:
Carolina, Luíza, Beatriz
Izaura, Marina, Doralice
Bárbara, Januária, Conceição
Ana Luíza e os mistérios de Clarice?

Onde estão os “cantores do rádio”
Que as emoções faziam aflorar
cantando para ti o amor
E as belezas do céu e do mar?

Cadê a Copacabana,
Que um dia o poeta cantou?
E a Garota de Ipanema,
Que o teu povo um dia amou?

Me conta, Brasil brasileiro,
O que é que a baiana tem
Que fez o Severo do pão
Largar o seu aberém.

Brasil, que nasceste na Bahia
Bahia de todos os santos
Onde estão teus tamborins?
E o toque dos clarins
Que um dia anunciaram Dora
para no frevo entrar
E no maracatu dançar?


Música, música brasileira
Onde está tua velha guarda:
Dalva, Nelson, Cauby
Sílvio, Isaurinha, Aracy
Carmen, Aurora, Ademilde
Ângela, Orlando e Vicente
Que deixavam todo mundo contente?

Oh, música cheia de graça
Tão cheia de movimentos
De ti nasceu a Bossa Nova
a Jovem Guarda, a Tropicália
Cadê os nomes que revelaste
No auge dos festivais:
Elis e seu Arrastão
Caetano e a Alegria, Alegria
Gil e o Domingo no Parque
Milton e sua Travessia?
Nara que trouxe A Banda
Com um sucesso estrondoso
E a Gal defendendo Caetano e Gil
Com o Divino, Maravilhoso?

Sem esquecer do Sabiá
Que o Chico e o Tom fizeram
E a Nana dando Bom dia
Junto com o Gilberto Gil
Além da Boa Palavra, que o Caetano escreveu
E que para uma grande platéia
A Maria Odete defendeu?

Edu e o seu Ponteio
Vandré e a Disparada
A Beth com sua Andança
Hermínio e o Pressentimento
Lucinha e a Purpurina
Que um dia o Brasil vaiou
E O Amor é Meu País
Que um dia o Brasil amou.

Oh, música brasileira
De ti jamais esquecerei
saibas que seguirei
Caminhando e sempre cantando
Feliz e com muita emoção
Jamais esquecerei da riqueza
Que trazes em tua beleza
Em toda nota e acordes
De cada nova canção.

Autoria: Marcos Santos de Souza – 05/07/2005.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O BRASIL E SUAS GRANDES VOZES


Tim Maia na capa da edição de sexto aniversário da Rolling Stone Brasil (out/2012)            Em comemoração aos 6 anos de publicação, a Revista RollingStone, na edição de nº 73, de outubro de 2012, valorizando a nossa cultura, e por sua vez a nossa MPB, a qual anda um pouco abandonada por grande parte da sociedade, principalmente a camada mais carente, que muitas vezes não é oportunizada ao acesso à mesma, publicou uma lista com “As 100 maiores vozes da Música Popular Brasileira.”
            A referida publicação, entre outras questões, no meu ponto de vista, oportuniza as novas gerações a conhecerem os grandes nomes e/ou vozes que contribuíram e contribuem para o engrandecimento e enriquecimento da cultura brasileira, principalmente quando o contexto no qual nos encontramos, obriga-nos a ter que ouvir qualquer coisa ofertada por qualquer pessoa, muitas das quais sem credibilidade moral, os quais em nada contribuem para a formação de uma sociedade digna e consciente.
            Contemplando a lista, percebemos a riqueza de timbres vocais da nossa música, timbres, estes, que nos emocionam e permitem que possamos viajar ao fundo de nós mesmos e das nossas lembranças.
            A referida lista contempla os seguintes nomes:
1.Tim Maia
2.Elis Regina
3.Ney Matogrosso
4.Wilson Simonal
5.Maria Bethânia
6.Roberto Carlos
7.Gal Costa
8.Caetano Veloso
9.Clara Nunes
10.Milton Nascimento
11.Marisa Monte
12.Rita Lee
13.João Gilberto
14.Jorge Benjor
15.Carmen Miranda
16.Elza Soares
17.Nelson Gonçalves
18.Cássia Éller
19.Paulinho da Viola
20.Elizeth Cardoso
21.Luiz Gonzaga
22.Nara Leão
23.Orlando silva
24.Maysa
25.Gilberto Gil
26.Cauby Peixoto
27.Luiz Melodia
28.Renato Russo
29.Baby do Brasil
30.Clementina de Jesus
31.Nana Caymmi
32.Dalva de Oliveira
33.Ângela Ro Ro
34.Céu
35.Mano Brown
36.Dick Farney
37.Max Cavalera
38.Chico Buarque
39.Ed Motta
40.Raul Seixas
41.Cazuza
42.Leny Andrade
43.Zé Ramalho
44.Alcione
45.Ângela Maria
46.Emílio Santiago
47.Djavan
48.Aracy de Almeida
49.Itamar Assumpção
50.Dolores Duran
51.Fernanda Takai
52.Cassiano
53.Jair Rodrigues
54.Johnny Alf]
55.Vicente Celestino
56.Erasmo Carlos
57.Francisco Alves
58.Belchior
59.Joyce
60.Jamelão
61.Tulipa Ruiz
62.Tânia Maria
63.João Bosco
64.Pery Ribeiro
65.Astrud Gilberto
66.Bezerra da Silva
67.Beth Carvalho
68.Fagner
69.Sílvio Caldas
70.Ná Ozetti
71.Celly Campelo
72.Dona Ivone Lara
73.Jane Duboc
74.Marina Lima
75.Gonzaguinha
76.Inezita Barroso
77.André Matos
78.Dorival Caymmi
79.Evinha
80.Miúcha
81.Sandra de Sá
82.Martinho da Vila
83.Maria Alcina
84.Zélia Duncan
85.Elba Ramalho
86.Marcos Valle
87.Wanderléia
88.Jards Macalé
89.Mário Reis
90.João Nogueira
91.Ivan Lins
92.Vanusa
93.João Gordo
94.Fafá de Belém
95.Seu Jorge
96.Lúcio Alves
97.Lobão
98.Moraes Moreira
99.Samuel Rosa
100.Ivete Sangalo
            Eu, em particular, dentre as diversas vozes presentes na lista em destaque, sou um grande fã da Gal Costa, cantora, por mim considerada como a maior voz desse país, depois da estrela maior, Dalva de Oliveira.
            Depois de consultar a lista, qual a maior voz da MPB, para você?
(Marcos Santos de Souza – 29/10/2012)
REVISTA ROLLINGSTONE – EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO – 6 ANOS

EDUCAÇÃO!?


Educação!
O que falar sobre educação, se não se faz investimentos concretos em torno da mesma?
Sei da necessidade e da importância,
mas, onde está a educação que o país precisa?
Vivemos num país de imediatista, onde grandes das ações e metas traçadas são efêmeras.
Assim, fica a indagação: “Como preparar uma sociedade desse jeito?”
Cadê a ideologia?
Como instigar no cidadão perspectivas de uma vida melhor
se a muitos até o direito à viver lhes é negado?
Escutamos, sempre, que o futuro do país se encontra nas mãos das crianças,
mas como acreditar em tal afirmação, se a realidade em que muitas destas vivem nem o direito a uma boa formação lhes é concedido?
Nesta perspectiva, penso sempre em como sobreviver em meio a uma sociedade despreparada, onde quem administra cultiva o capitalismo, criando situações que mantenham os cidadãos presos e/ou mesmo escravos de mascaradas proposições?
Quero acreditar num futuro promissor, mas como ascender tal crença se ao invés de oportunizar e/ou credibilizar o cidadão, o discriminamos e o escravizamos social e economicamente?
E, aí, volta a pergunta: “Educação? Cadê?”
Precisamos mostrar ao povo a força que o mesmo tem para a transformação, mas é necessário que primeiro lhe seja concedido o direito a uma formação mais justa e capaz de ampliar-lhe os horizontes, sem imediatismos e/ou ofertas de esmolas que o torne viciado, ou mesmo o envergonhe pelo resto da vida, como já afirmou Luiz Gonzaga, em sua obra “Vozes da Seca”; ofereçamos o ensinamento com qualidade, que com certeza, o tornaremos capaz de contribuir com segurança e criatividade para a transformação da sociedade.
Educação!
Sabemos da força que tens, assim, precisamos conquistar o verdadeiro direito a ter-te; precisamos da oportunidade da libertação e, decerto, só em ti encontraremos.
(Marcos Santos de Souza – 30/10/2012)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

POETAS POPULARES


“A nossa poesia é uma só
Eu não vejo razão pra separar
Todo o conhecimento que está cá
Foi trazido dentro de um só mocó
E ao chegar aqui abriram o nó
E foi como se ela saísse do ovo
A poesia recebeu sangue novo
Elementos deveras salutares
Os nomes dos poetas populares
Deveriam estar na boca do povo
No contexto de uma sala de aula
Não estarem esses nomes me dá pena
A escola devia ensinar
Pro aluno não me achar um bobo
Sem saber que os nomes que eu louvo
São vates de muitas qualidades.
O aluno devia bater palma
Saber de cada um o nome todo
Se sentir satisfeito e orgulhoso
E falar deles para os de menor idade
Os nomes dos poetas populares”
Autor: Antonio Vieira 
http://poemia.worpress.com/2008/09/29/poets-populares-antonio-vieira/

CHAMEM O POETA


Algum mal nos afeta?
Chamem o poeta.
Está torta a reta?
Chamem o poeta.
Não se alcança a meta?
Chamam o poeta.
Querem desvirtuar o asteca?
Chamem o poeta.
A multidão se inquieta?
Chamem o poeta.
A plateia é seleta?
Chamem o poeta.
Algum mal nos afeta?
Chamem o poeta.
O governo decreta?
Chamem o poeta.
A conta é secreta?
Chamem o poeta.
A dama é discreta?
Chamem o poeta.
O ator não interpreta?
Chamem o poeta.
O corrupto se locupleta?
Chamem o poeta.
Não adiantou a dieta?
Chamem o poeta.
Ninguém segue a seta?
Chamem o poeta.
O avô renega a neta?
Chamem o poeta.
O menino caiu da bicicleta?
Chamem o poeta.
Conflito burguês X proleta?
Chamem o poeta.
O lixeiro não faz coleta?
Chamem o poeta.
Não sai a eleição direta?
Chamem o poeta.
Chamem o poeta.
Se um for pouco
chamem um enxame.
Não importa que mais chamem
do que amem o poeta.
Chamem o poeta!
Chamem o poeta!

CAMARGO, Dilan. In: Antologia do Sul, poetas contemporâneos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, 2001.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A poesia e o poeta....


Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

(Manuel Bandeira)

PARA REFLEXÃO:



O BICHO

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

(Manuel Bandeira – Rio, 27 de dezembro de 1947)

E POR FALAR EM CULTURA...



Culturalmente, somos uma nação bastante privilegiada, pois podemos nos considerar imensamente ricos em manifestações culturais, diversidade que devemos às influências e/ou contribuições recebidas dos índios, que aqui viviam antes da chegada do europeu, povo do qual também recebemos parte dessas influências, e por fim dos africanos que por aqui passaram, povos tão importantes para a construção de nossa cultura e tradições, de forma que fica impossível falar de cultura sem mencioná-los.
Sabe-se que as influências desses povos foram muitas, as quais se apresentam no nosso cotidiano através dos hábitos e costumes, o que contribuiu para o enriquecimento de nossa culinária, vocabulário, dança, música, vestuário, etc.
Musicalmente, podemos citar a riqueza do nosso Carnaval, manifestação popular onde percebemos, claramente, a influência do indígena e africana nas danças, vestimentas, alimentos, mas também do europeu; lembremos dos nossos bailes de máscaras.
Ao abordar a música, em particular, o faço porque pretendo discutir um pouco a respeito de como tem se dado a apropriação cultural por parte da população brasileira, e sendo a música um manifesto de fácil acesso e assimilação, nada melhor que fazer menção à mesma no contexto atual.
Atualmente encontramo-nos bombardeados por produções musicais de qualidade duvidosa, as quais em sua grande maioria fazem apologia à prostituição, ao uso de drogas, à violência, entre outras questões, o que resulta em deturpações de valores morais tão necessários para uma boa convivência social.
Diariamente, ao ouvir tais produções, as quais mesmo sem querer somos obrigados a ouvir, tendo em vista sua reprodução em quaisquer áreas de grande circulação de pessoas, percebemos o estágio de decadência cultural na qual se encontra nossa sociedade, o que torna as novas gerações cada vez mais alheia, dependente e sem expectativas de futuro, ou mesmo detentores de atos de violência ou mesmo de promiscuidades.
Costumamos ouvir que o fato da popularidade abusiva de tais produções se dá mediante a classe social na qual se encontra inserida a maioria da população, o que nos leva a pensar que “pobreza remete a mau gosto”, mas refletindo por outro lado, vemos que não podemos generalizar tal fato, pois muitas vezes encontramos crianças, estas, vítimas de um contexto social que não lhes favorece a apropriação de manifestos culturais de melhor qualidade, mas que mesmo assim conseguem desmistificar tal afirmação, pois quando em contato direto com melhores produções culturais, percebem a qualidade que as mesmas tem, porém faz-se necessário que às mesmas sejam ofertados e garantidos os acessos à tão importante e necessária formação cultural.
Ao longo dos anos, enquanto seres históricos e sociais, vimos buscando o conhecimento, na intenção de possibilitar melhor compreensão do nosso passado para a construção de um futuro mais promissor, porém vemo-nos impedidos de fazê-lo, mediante o fato de que a nossa sociedade se mostra sem o menor empenho para tal conquista, pois se tenta despertar o resgate dos preceitos morais, assim como também o estímulo à construção de uma ideologia, mas cotidianamente as ofertas, principalmente as midiáticas, direcionam a população, principalmente as crianças, para despertar nestas, a sexualidade precoce, assim como do consumo de drogas, ou mesmo a inserção no universo da prostituição.
Pensemos: Se ao cidadão cabe-lhe o direito à educação e à cultura, como devem os poderes públicos atuarem para tal conquista, tendo em vista que atualmente resolveram apenas mostrar-se “assistencialistas”, sem quaisquer cobranças, deixando a população cada vez mais cômoda sem iniciativas para uma participação mais ativa na construção da história da nação?
Dia desses, ouvindo uma canção de Noel Rosa em parceria com Vadico, intitulada “Feitio de Oração”, fiquei a refletir em torno do verso “Quem acha vive se perdendo...”, e percebi que infelizmente assim tem vivido a sociedade brasileira, esperando sempre pelas esmolas oferecidas pelos poderes públicos, que intrinsecamente, tem como objetivo mantê-la formada por indivíduos ignorantes e dependentes enquanto cidadãos ou mesmo escravos do sistema.
Dizem que a partir de 1888 o Brasil tornou-se livre da ideia de escravidão, será mesmo? Como podemos declarar a sociedade brasileira livre, se esta ainda se encontra presa à ignorância e à falta de expectativas?
Precisamos encontrar o caminho para a conquista de uma nação melhor, sabemos que a educação é parte desse caminho, mas é necessário que não apenas os professores e/ou profissionais de educação trabalhem em prol desta conquista, mas também que a sociedade como um todo se conscientize do direito que tem a uma vida com mais conforto.
Dizemos sempre que as crianças de hoje são o futuro de amanhã, mas que futuro teremos com alguém que não tem ideologias ou mesmo se encontra culturalmente vazio?
Brasil, precisamos acordar antes que seja tarde, pois não se constrói uma nação à base de cidadãos presos à comodidade, à inércia, à ignorância e/ou mesmo a um sistema social completamente capitalista, assim, mostremos que juntos somos capazes de contrariar o verso de Noel, ou seja, achar sem se que isso nos leve à perdição.


(Marcos Santos de Souza – 21/10/2012)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO


“Oferecemos a educação e ela fará o resto[1]” (MENEZES, 1982, p.123), com essa abordagem faço uma reflexão sobre a educação e sua importância.
Antes de qualquer coisa pensemos no que vem a ser educação, para assim melhor compreender sua importância na construção da cidadania.
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira[2] define educação, assim: “Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano”, o que nos leva a entender que esta ocorre durante toda a vida, e tendo em vista que somos seres sociais, recebemos influências do meio, de forma que cabe a nós digerir as informações, selecionando-as para poder melhor aplicá-las na vida.
Sabemos que a educação é fundamental no processo de formação da cidadania, é impossível dissociar a mesma deste contexto, pois um cidadão educado se torna capaz de buscar direitos ou mesmo de contribuir mais ativamente na construção de uma sociedade mais consciente.
A educação liberta o cidadão, se não financeira, mas socialmente, dando-lhe condições de compreender melhor o contexto no qual vive, buscando, assim, lutar para a conquista de uma melhor qualidade de vida.
O cidadão tem direito a se educar, sabe-se, porém, que na atualidade vimos sentindo as dificuldades enquanto educação do interesse dos estudantes, que se encontram rodeados de ofertas diversas do cotidiano, muitas das quais detentoras de distorções de valores, estas, principalmente nos universos musical e televisivo.
Muitos professores na atualidade mostram-se fragilizados quando em exercício de seu ofício, pois à medida que lança mão de estratégias diversas, na intenção de oportunizar os estudantes a uma melhor apropriação das propostas, visando, obviamente, uma inserção mais consciente no mercado de trabalho, muitas vezes na conjuntura atual, sofrem agressões morais e/ou físicas, o que nos leva a pensar permanentemente a respeito de questões como: “É esse o cidadão que queremos para o futuro, sem princípios e/ou mesmo ideologias?”, “Enquanto cidadãos, o que temos feito para conquistar uma sociedade mais consciente e mais participativa?”.
Diante do contexto atual, pensar em educação é pensar em construir meios que possam garantir a formação de uma sociedade participativa, justa e consciente, mas a questão é difícil, tendo em vista que a mesma tem direcionado tais e todas as funções para o professor, como se este fosse o único agente a participar da formação de uma nação e de seus cidadãos. Será justa tal postura social?
Mediante as tantas dificuldades vislumbradas na educação, que nos deixa aturdidos, fica a indagação: “Que sociedade queremos para o futuro?”.


[1] Ver Menezes, Antonio Rafael de. Educação: A revolução que não foi feita. Recife: CEPE, 1982.
[2] Ver Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI Escolar: O minidicionário da língua portuguesa. 4. ed . rev. Ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

O MENINO AZUL



O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
--- de tudo o que aparecer.

O menino quer um burrinho
que saiba inventar
histórias bonitas
com pessoas e bichos
 e com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.

(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Rua das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)

MEIRELES, Cecília. Ou Isto Ou Aquilo. 2. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. 

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